Os iconologistas serão porventura
aqueles que mais afastados se encontram dos formalistas, já que ao contrário destes,
os estudiosos do ícone defendiam a interpretação das obras de arte a partir de
um estudo rigoroso e esclarecido do passado histórico e cultural.
Os teóricos deste método de análise,
além de investigarem as obras de arte como sendo significativamente importantes
nos momentos históricos e culturais da sua produção, tentavam também
explicá-las através das outras produções artísticas e intelectuais que iam
surgindo na mesma altura.
Erwin Panofsky, especialista em
história da arte medieval e do renascimento, compara o que ele julgava ser o
significado intrínseco de uma obra, ou grupo de obras, com o que ele pensava
ser o significado intrínseco do maior número de outros documentos da
civilização e que podem estar ligados historicamente com a obra ou grupo de
obras em estudo.
Para o fazer, eram estudados
documentos das mais variadas áreas da sociedade, desde da política, literatura,
religião, filosofia, referentes quer ao país, quer à época em que ocorriam.
Há nesta metodologia dos
iconologistas uma abordagem semelhante com a teoria social da arte de Hauser, já
que Panofsky também estudava as obras de arte dentro de um contexto social e de
um ambiente cultural. E fazia-o, dando uma especial atenção aos atributos específicos
dos temas das obras antigas, nomeadamente, da Idade Média e do Renascimento. De
acordo com o próprio Panofsky “a iconologia investiga a gênese e o significado
das imagens figurativas, a interação entre os diversos tipos; a influência das ideias
filosóficas, teológicas e políticas; os propósitos e inclinações dos artistas e
patronos; a correlação entre os conceitos inteligíveis e a forma visível que assume
em cada caso específico”.
Referências bibliográficas:
Panofsky, Erwin. (1989). Significado nas Artes Visuais. Lisboa: Editorial
Presença.