Os teóricos da história social da arte afirmam que as formas de arte não são
apenas formas da consciência de cada um mas também expressões de uma visão do
mundo, sendo esta condicionada num determinada época e meio social.
O representante máximo da teoria
social da arte é o húngaro Arnold Hauser, o autor do tomo “História Social da
Arte e da Literatura”, um trabalho académico que levou quase 30 anos de
investigação. Hauser afirmava: "cada artista honesto que descreve a
realidade fielmente e sinceramente tem influência esclarecedora e emancipadora no
seu tempo."
Para ele, a arte mantinha uma relação
muito íntima com o quotidiano e com a realidade social, isto é, tinha que ser
dirigida de uma forma clara e direta para objetivos sociais e podia até servir
de arma de propagação de ideias, uma espécie de alavanca de ideologias.
Ele ia ainda mais longe, sugerindo
que a arte não refletia apenas mas interagia com a própria sociedade. As suas
posições mais extremistas para a época, fizeram que fosse “arrumado” e acusado
de pertencer a uma esquerda revolucionária, já que esta ideologia não deveria
surgir nos estudos académicos.
No entanto, nunca baixou os braços, e
apesar de hoje já estar um bocado esquecido (principalmente desde da queda do
Muro de Berlim), fez um trabalho gigantesco no campo da história social da arte,
tendo dedicado praticamente uma vida inteira a este estudo, resultando em
quatro livros fundamentais sobre a arte.
A análise sociológica da arte, esta deveria
ter pelo menos, três objetivos:
Primeiro: devia-se localizar a obra a
ser estudada no seu contexto histórico original, através da descoberta de
factos referentes à data de produção, à origem da obra, à identificação do
artista, e à escola ou movimento a que pertencia.
Segundo: devia-se identificar as
convenções e as tradições presentes na obra, os padrões que a técnica
demonstrava e os temas que o artista abordava.
Terceiro: tentava-se perceber o nível
de aceitação que a obra tinha na sociedade, a sua importância artística, enfim,
o seu lugar na época e meio social em que surgiu.
No entanto, e como ele próprio
referiu no seu livro “Teorias da Arte”, “só a mera averiguação dos factos não é
história da arte.” E conclui, citando o músico Antonin Dvorak, que dizia que “a
história começa apenas quando temos um inventário ordenado das obras
existentes”.
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