quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Metodologias de observação de imagens: o método formalista

Os formalistas (Moscovo, 1915) foram um grupo de investigadores e críticos russos (entre eles, tínhamos Tynianov, Jakobson e Propp) que incialmente estudou a literatura e a poesia, abordando as obras de arte, não do ponto de vista dos conteúdos mas sim das formas. Aliás, para estes estudiosos, o conteúdo estava imanente nas formas, e era nestas que este se evidenciava e mostrava.

Além disto, definiram que a história da arte era uma história das formas e que os critérios artísticos dependiam dos critérios estritamente estéticos em que a novidade estética (das formas) era inseparável do conteúdo.

São também os principais responsáveis pela ideia de “estilo”, quando nos referimos a uma obra de arte, sendo o resultante da semelhança entre as formas de outras obras de arte. Ou melhor, quando se encontram obras com formas parecidas, dizemos de grosso modo que são do mesmo estilo.

No entanto, foram acusados de “chamar” a atenção da obras de arte apenas para os seus aspetos formais, e isto para muitos amantes da arte foi como retirar-lhes o prazer da fruição, já que consideraram que os formalistas destituíam as obras de arte das emoções e dos sentimentos que poderiam despoletar. Além disto, não valorizavam nem o contexto histórico da obra, nem os motivos da sua criação, nem sequer o percurso do artista.

Daí o tal “distanciamento” de que tanto falavam os formalistas e que era uma condição necessária para que houvesse apreciação da obra. A obra devia provocar espanto no espetador e esse efeito devia acontecer sempre. Então a tarefa da forma era causar esse “estranhamento”, essa distância, através da sua novidade e visibilidade. Ao fim e ao cabo, a obra de arte tinha que sair do quotidiano e parecer estranha ou distante.

Para terminar, esta teoria de análise de arte veio a inspirar nos anos 60, principalmente nos EUA, o neo-formalismo, que David Bordwell pratica há mais de 50 anos, desta feita analisando as imagens em movimento: o cinema.

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