Os formalistas (Moscovo, 1915) foram um grupo de investigadores e
críticos russos (entre eles, tínhamos Tynianov, Jakobson e Propp) que
incialmente estudou a literatura e a poesia, abordando as obras de arte, não do
ponto de vista dos conteúdos mas sim das formas. Aliás, para estes estudiosos,
o conteúdo estava imanente nas formas, e era nestas que este se evidenciava e
mostrava.
Além disto, definiram que a história
da arte era uma história das formas e que os critérios artísticos dependiam dos
critérios estritamente estéticos em que a novidade estética (das formas) era
inseparável do conteúdo.
São também os principais responsáveis
pela ideia de “estilo”, quando nos referimos a uma obra de arte, sendo o
resultante da semelhança entre as formas de outras obras de arte. Ou melhor,
quando se encontram obras com formas parecidas, dizemos de grosso modo que são
do mesmo estilo.
No entanto, foram acusados de “chamar”
a atenção da obras de arte apenas para os seus aspetos formais, e isto para
muitos amantes da arte foi como retirar-lhes o prazer da fruição, já que
consideraram que os formalistas destituíam as obras de arte das emoções e dos
sentimentos que poderiam despoletar. Além disto, não valorizavam nem o contexto
histórico da obra, nem os motivos da sua criação, nem sequer o percurso do
artista.
Daí o tal “distanciamento” de que tanto
falavam os formalistas e que era uma condição necessária para que houvesse
apreciação da obra. A obra devia provocar espanto no espetador e esse efeito
devia acontecer sempre. Então a tarefa da forma era causar esse
“estranhamento”, essa distância, através da sua novidade e visibilidade. Ao fim
e ao cabo, a obra de arte tinha que sair do quotidiano e parecer estranha ou
distante.
Para terminar, esta teoria de análise
de arte veio a inspirar nos anos 60, principalmente nos EUA, o neo-formalismo,
que David Bordwell pratica há mais de 50 anos, desta feita analisando as
imagens em movimento: o cinema.
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