As aulas de música com instrumento podem beneficiar com atividades criativas e inspiradoras, através da utilização das TIC. Exemplificarei neste espaço a diferença que estas têm feito nas minhas práticas de ensino, relatando brevemente, experiências feitas para reforço de aprendizagem dos meus alunos.
Uma delas consiste em facultar aos alunos de instrumento (guitarra) as peças que estamos a estudar na aula, tanto em suporte digital (pdf), como em áudio, para serem ouvidas em casa no computador. O programa geralmente usado e que todos possuem nos computadores de casa, é o Windows Media Player, já que este permite alterações na velocidade de reprodução.
Como é que então é feita a aprendizagem? A base de estudo dos conteúdos é sempre a partitura (para alguns alunos), apoiada com o áudio. O ficheiro em áudio permite ao aluno, em casa, com toda a calma, ouvir a peça na íntegra, ou partes da música, alterando a velocidade para conseguir perceber quer as notas tocadas, mas principalmente o ritmo musical. Em vez do aluno esperar para a próxima aula, ele pode ter em casa, um professor “eletrónico” que lhe permite repetir as passagens difíceis sem nunca se cansar!
Quando não se tem as peças musicais em formato áudio, o aluno tem que esperar pela próxima aula, que poderá ser só daqui a uma semana. As TIC aqui satisfazem plenamente uma das finalidades apontadas no texto de M. Candeias e J. Silva, “A nossa sala de aula já é maior que o planeta Terra!”, que refere que as escola que utilizam as TIC permitem “a promoção de condições que facilitam os processos de ensino e os processos de aprendizagem… a autonomização dos alunos, como responsáveis pela construção e partilha de um saber próprio.”
Também utilizo por vezes uma estratégia semelhante, que é o visionamento de vídeos de música no Youtube, selecionando os melhores intérpretes, através do conhecimento cumulativo, apreendido em estudos nos contextos de aula. Ao longo do ano letivo, são referidos alguns executantes de referência, o que permite aos alunos “encontrá-los” na net e poderem observar, em concerto ou vídeo-aulas, as formas corretas e apropriadas de se executar uma determinada técnica ou trecho musical. Esta tarefa é preferencialmente feita em casa pelos alunos, para incentivar a aprendizagem, descobrindo-a.
Voltando ao texto “A nossa sala é maior do que o planeta Terra!”, o meu papel neste tipo de atividade é aquele referido por Adell: os estudantes… devem adotar uma papel muito mais importante na sua formação, não serem meros recetores passivos do que lhe é transmitido pelo professor, mas como agentes ativos na busca, seleção, processamento e assimilação de a informação.” Eu, como professor, e indo mais uma vez de encontro ao texto já referido, tenho “o papel de guia, de mediador e desafiador, acompanhando na busca, seleção e tratamento da informação.”
CANDEIAS, M. I & SILVA, J. A. (2008). A nossa sala de aula já é maior que o
planeta Terra!. In Educação, Formação & Tecnologias; vol. 1(1), pp. 142-
152. Disponível em http://eft.educom.pt
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